Por que precisamos nos retirar?
O ritmo acelerado da vida moderna pode sufocar nossa criatividade e minar nossa felicidade e saúde. Quando conseguimos dissolver a ansiedade e estresse, aumentamos a nossa capacidade de criatividade, solução de problemas e tomada de decisão, nos ajudando a clarear nossa visão e ouvir a nossa sabedoria interior. A prática intensiva nos torna mais resilientes, nos torna mais conscientes de nosso viés negativo e nos ajudam a desenvolver a coragem para tomar decisões difíceis.
Quando nos retiramos para praticar mindfulness de forma intensiva, saímos do ambiente cotidiano e reservamos um espaço para reduzir o stress, cultivar o tempo e espaço para deixar ir coisas que não precisamos mais. Abrimos espaço para nos nutrir e ouvir quem nós realmente somos.
Ao trazer o nosso foco para dentro, podemos cultivar pensamentos mais gentis e compassivos e desenvolver um estado de bem-estar.
O exemplo de Marc Benioff, Salesforce
Em julho de 2018, Marc Benioff, CEO da Salesforce, viajou para férias nas ilhas Galápagos, Bora Bora e Ilha da Páscoa, sem carregar consigo o seu iPad e iPhone, para que pudesse desplugar completamente. Ele somente poderia ser acesso por uma linha fixa.
Benioff, que prega as virtudes das práticas de mindfulness, ficou com muito tempo para meditar e aproveitar o seu tempo com a família. Este período trouxe uma grande revelação para Marc: Ele é muito ocupado.
Durante este período, ele teve uma revelação que pode mudar a indústria de tecnologia, e promoveu Keith Block a co-CEO em agosto do mesmo ano. Ao dividir a responsabilidade com Keith, teria mais tempo para as coisas que aprecia.
“Eu tomei uma ótima decisão — ter dois CEOs,” diz Benioff rindo. “É uma estratégia de dividir para conquistar.”
O insight de Jon Kabat-Zinn
Jon Kabat-Zinn é professor Emérito de Medicina e diretor fundador da Clínica de Redução do Stress e do Centro de Atenção Plena na Universidade de Massachusetts e principal responsável pela disseminação das práticas de Mindfulness no mundo ocidental, em uma linguagem laica e secular. Autor e colaborador de diversos livros sobre Mindfulness, é incansável nesta sua missão de levar mindfulness para a saúde, escolas, empresas e governo, inspirou milhões de pessoas em todo o mundo.
Ele tinha uma pergunta interna que o perseguia: Qual era a sua real missão neste planeta? Qual era o trabalho que ele amaria tanto que até pagaria para fazê-lo? E foi durante um retiro de meditação há quarenta anos, Jon Kabat-Zinn, teve uma visão que moldou o trabalho de sua vida, que ele chamou posteriormente de MBSR. Para ele foi claro que ao confiar naquela visão, que incluía pesquisar os seus efeitos em pacientes clínicos, era algo digno de se perseguir. Essa percepção meditativa, com apenas dez segundos de duração, levou à criação de um programa clínico completo no Centro Médico da Universidade de Massachusetts, que ficou conhecido como Redução do Estresse Baseado em Mindfulness, também conhecido como MBSR. Este poderoso programa assume a forma de um curso de oito semanas, que utiliza as antigas práticas de ioga e meditação, a fim de melhorar a qualidade de vida e saúde.
Uma pitada de neurociência
Estamos tão ocupados vivendo as nossas vidas, que deixamos a vida passar. Num mecanismo conhecido como luta ou fuga, deixamos o nosso sistema nervoso simpático comandar nossas ações e decisões, ativados a partir de estressores. Isto nos leva a viver no piloto automático, com muito esforço mental e gasto de energia, gerando evitação, distanciamento, irritabilidade, ansiedade, fadiga e depressão, queda de imunidade.
Quando temos uma prática intensiva ou regular de mindfulness, abrimos espaço para a ação do sistema nervoso parassimpático, que nos ajuda a acalmar e restabelecer o corpo, fazer escolhas mais conscientes, aguçar nossos sentidos, ter mais inteligência emocional e regulação de humor, melhorar nossa capacidade cognitiva.
As pesquisas em mindfulness tem focado nos componentes principais da prática de meditação: controle da atenção, regulação das emoções e autoconsciência. As pesquisas revelam mudanças em comportamento, atividade cerebral e estrutura do cérebro. Assista este breve vídeo que explica a neurociência em mindfulness.
O silêncio
Durante os retiros de mindfulness, praticamos períodos de nobre silêncio. Deixando de lado as conversas, o celular, a TV, a música, os livros, podemos desenvolver uma conexão mais profunda conosco mesmos e com o ambiente ao nosso redor. Vivendo o momento presente durante as práticas formais e em todas as atividades diárias, temos um encontro conosco mesmos em companhia do silêncio.
Conforme aprofundamos a nossa prática de mindfulness, escolhemos meditar em silêncio por diversas razões. A linguagem, uma forma de representação simbólica da experiência, está relacionada com pensamentos, crenças e ideias e tende a nos remover da consciência presente, centrada. Ela nos afasta da consciência nua e crua que estamos tentando cultivar. O silêncio, ao contrário, permite que você esteja mais próximo da sua experiência direta e sem filtros e também focar a concentração e conservar energia para a prática de mindfulness.
Estes períodos em silêncio, nos oferecem a chance de se tornar mais íntimos e familiares com as descobertas e processo do próprio corpo-mente. Representa um tempo para uma quieta reflexão individual. Também fortalece a habilidade de estar atento e concentrado por períodos prolongados.
Falar e se socializar com outros requer considerável gasto de energia que gostaríamos de direcionar à nossa própria prática pessoal durante um certo tempo.
Este tempo em silêncio permite que você pratique estar com as coisas exatamente como são e aceitando estas coisas sem fugir ou o emaranhamento da comunicação com os outros. Tanto o silêncio como a duração desta prática permitem uma exploração pessoal mais profunda e o desenvolvimento de insights.
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